Ilustramos este texto/fio com
imagens dos jogos mais marcantes realizados em Goodison Park desde a fundação
do nosso blog/comunidade, em meados de 2007. Também incluímos imagens
históricas em nosso templo.
Com o passar das últimas semanas,
é difícil de se esquivar de um adeus, ou melhor, de uma transição para uma nova
fase do Everton e das nossas vidas enquanto torcedores. Para quem frequenta o
estádio ou assiste tudo por uma tela, se organizar para assistir a um jogo dos
Toffees em Goodison Park sempre foi um ritual. Nos sábados ensolarados ou nas
noites de meio de semana, é quase impossível ignorar o que se passa naquele
campo por 90 minutos. Fizemos amigos e desavenças, comemoramos e choramos,
sentimos diversas emoções em uma só partida com bastante frequência, mesmo à
milhares de quilômetros de L4.
Ao longo de 133 anos,
atravessando três séculos diferentes, a Grand Old Lady - ou a Velha Senhora -
sintetizou e representou não só a história do Everton, como também, a história
do futebol inglês e (por que não?) mundial. Na Copa do Mundo de 1966, Goodison
foi o estádio de clube a receber mais jogos, ficando atrás apenas de Wembley.
Pelé, Garrincha, Eusébio, Yashin, Matthäus, Riquelme e Ronaldo pisaram em nosso
campo. Até mesmo o Sylvester Stallone resolveu aparecer por lá uma vez,
acredita?
É claro: lembramos mais de quem
honrou as nossas cores na Velha Senhora. O primeiro camisa 9 da ilha, Dixie
Dean; o brilhante Harry Catterick; a Sagrada Trindade de Ball, Kendall e
Harvey; o rei Andy King e o goleador Bob Latchford; o esquadrão multicampeão
dos anos 80; Neville Southall, o melhor goleiro que o mundo decidiu subvalorizar;
as cabeçadas e confusões de Duncan Ferguson; os Cães de Guerra de 1995; o
boxeador Tim Cahill; os melhores laterais do mundo (segundo nós mesmos)
Leighton Baines e Seamus Coleman; o Pombo Richarlison e o entertainer Jordan
Pickford; Doucouré e seus momentos ‘clutch’. Não dá pra falar de uma história
centenária em um parágrafo, mas é possível ressaltar como nossas glórias e
momentos positivos se sobressaem aos momentos de decepção. E como houveram
glórias!
De certa forma, o futebol
masculino profissional do Everton necessita de uma nova casa para poder olhar
pro futuro com mais sede de vencer. Obviamente, não é somente esse movimento
que irá garantir algo, mas é necessário. E com o desenrolar da nova gestão do
clube, é também um alento ver que Goodison Park será a casa das meninas do
Everton, já sendo um marco pro futebol feminino na Inglaterra. A nossa casa
continuará aberta e com atletas prontas para dar sequência à história desse
templo, seguindo o legado de Toni Duggan, Izzy Christiansen e Lucy Graham; nada
mais justo do que abraçar nossas jogadoras nesta nova fase.
Também é um alívio saber que
ainda há chance de conhecer o estádio. É uma perspectiva completamente
diferente à do torcedor local, que cresceu vivendo a cultura e percorrendo o
entorno de Goodison. Ao mesmo tempo, o sentimento de pertencimento é igual, uma
conexão que é quase impossível de se explicar, estando em Liverpool ou em
Natal, ou em qualquer outro lugar do mundo. Talvez Goodison Park seja como
Paisley Park, um lugar místico onde só quem entende aquele universo consegue
senti-lo correndo em suas veias, influenciando sua própria história. E assim
como Paisley Park, Goodison Park está e estará em nossos corações para sempre.
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