Chegou ao fim o sonho europeu. E da maneira que nem o torcedor mais pessimista era capaz de imaginar: uma sonora derrota por 5 a 2 para o Dínamo de Kiev (6 a 4 no placar agregado) culminou em uma fatídica eliminação na UEFA Europa League.
A força do Dínamo dentro de seus domínios era de todo conhecido. Nas quatro partidas anteriores pela competição europeia, em todas os ucranianos venceram por dois gols de diferença ou mais. Cabia ao Everton literalmente quebrar este panorama, mas estivemos muito aquém do necessário para tal feito.
O Dínamo imprimiu um forte ritmo no começo da partida. Logo no primeiro minuto, Danilo Silva cruzou para a área e Husyev cabeceou por cima. Aos três, Antunes recebeu a bola na grande área e chutou cruzado, pra fora. O Everton teve sua primeira chance aos cinco: Barkley recebeu de Barry e chutou de fora da área, para tranquila defesa de Shovkovskyi.
Aos 20', Danilo Silva tocou para Iarmolenko, que avançou até a entrada da área, pedalou para cima de Barry e, de pé esquerdo, colocou a bola no ângulo. Howard sequer esboçou qualquer reação, e mesmo se o fizesse, de nada valeria: 1 a 0 para o Dínamo.
O Everton foi atrás do empate: aos 24 minutos, Barkley recebeu bom passe de Naismith, avançou até a área e soltou a bomba, na trave. No minuto seguinte, após falha de Alcaraz, Iarmolenko saiu na cara do gol, mas parou na grande defesa de Howard. Aos 28', Atsu chutou de fora da área, a bola bateu na zaga e, no rebote, Lukaku chutou colocado, marcando um belo gol: 1 a 1 e, no momento, a classificação era dos Toffees.
O empate durou apenas seis minutos. Aos 34', Husyev levantou a bola na área, a zaga não conseguiu afastar e o domínio errado de Iarmolenko acabou se transformando num passe para Teodorczyk chutar entre as pernas de Howard: 2 a 1 para o Dínamo, 3 a 3 no placar agregado.
Dois minutos mais tarde, nova bola levantada nas proximidades da área, Miguel Veloso ganhou de Alcaraz no jogo aéreo, Iarmolenko escorou de cabeça e o português chutou de pé esquerdo, contando com um leve desvio em Coleman para fazer o terceiro do time ucraniano.
Veio o segundo tempo, e o Everton se arrastava com sua enorme fragilidade defensiva. Aos dez minutos, Sydorchuk cruzou rasteiro para Husyev, que primeiramente chutou em cima de Coleman, mas no rebote completou para o gol praticamente vazio. Era o quarto dos ucranianos.
O Everton tentou responder dois minutos mais tarde: Atsu fez jogada individual e chutou colocado, obrigando Shovkovskiy a realizar grande defesa. Aos 15', mais uma jogada individual, desta vez de Barkley, mas novamente o inglês parou na trave.
Aos 17 minutos, Miguel Veloso tentou de fora da área, mas mandou à esquerda da meta. Precisando de dois gols, Roberto Martínez colocou Koné e Osman nos lugares de Naismith e Atsu, respectivamente. Porém, quem levava perigo era o Dínamo: aos 25', Teodorczyk recebeu de Miguel Veloso e soltou a bomba, obrigando Howard a espalmar para escanteio.
O que era ruim se tornou ainda pior aos 30', quando Antunes acertou um chute de rara sorte, no ângulo, para fazer o quinto do Dínamo. Martínez colocou Besic no lugar de McCarthy, mas o Everton não demonstrava poder de reação. Pelo contrário: aos 33', após saída de bola errada, Miguel Veloso tocou de letra para Iarmolenko, que acertou o travessão.
Apenas aos 36 minutos, o Everton conseguiu seu segundo gol. Baines cobrou escanteio no primeiro pau e Jagielka desviou para as redes. Além deste, ainda eram necessários mais dois gols para conseguir a classificação.
Nos minutos finais, o Everton se lançou ao ataque. Aos 40 minutos, Baines cobrou falta em cima da barreira; no rebote, chutou rasteiro, para defesa de Shovkovskiy. Dois minutos depois, Osman tentou de fora da área e Shovkovskiy realizou firme defesa. Já nos acréscimos, em contra-ataque, Lukaku soltou a bomba, mas também parou em Shovkovskiy.
E desta forma, o Everton se despediu da Europa League. Fica a sensação de que poderíamos ter ido além destas oitavas de final, ou ao menos sermos eliminados de cabeça erguida. Fica a lição para as próximas gerações, que terão a missão de reconduzir o Everton ao caminho dos títulos.
Pois bem, agora é a hora de juntar os cacos e garantir a permanência na Premier League. No próximo domingo, às 13h (de Brasília), o Everton encara o Queens Park Rangers, em Loftus Road, num duelo direto contra o descenso.
Estatísticas:
Dínamo
de Kiev
|
Everton
|
|
Posse
de bola
|
57%
|
43%
|
Chutes
|
17
|
20
|
Chutes
na meta
|
8
|
8
|
Escanteios
|
5
|
9
|
Faltas
|
16
|
17
|
Cartões
amarelos
|
3
|
2
|
Cartões
vermelhos
|
0
|
0
|
Melhores momentos (ESPN - na voz de Fernando Nardini):
http://espn.uol.com.br/video/493607_liga-europa-oitavas-de-final-volta-melhores-momentos-de-dynamo-de-kiev-5-x-2-everton
Melhores momentos (Portal Terra):
http://esportes.terra.com.br/futebol/internacional/liga-europa/videos/liga-europa-veja-os-lances-de-dinamo-kiev-5-x-2-everton,7792666.html
Notas dos jogadores:
HOWARD: 6,5
Está cada vez mais difícil defende-lo. Apesar de algumas boas defesas, cometeu erros terríveis de posicionamento em alguns dos gols.
COLEMAN: 6,0
Bastante ineficiente na marcação e pouco efetivo no ataque. Muito abaixo do que vinha apresentando.
JAGIELKA: 6,0
Cometeu erros defensivos (menos do que Alcaraz, claro), mas ainda conseguiu deixar seu gol.
ALCARAZ: 4,5
De volta aos velhos tempos de Alcaraz. Completamente perdido em campo, cometeu erros primários em pelo menos dois lances que se tornaram gols.
BAINES: 6,5
Partida abaixo do esperado, mas destaca-se a assistência para o gol de Jagielka.
MCCARTHY: 6,0
Tanto na marcação quanto no apoio ao ataque, ficou devendo muito.
BESIC: 6,0
É fato que merecia fazer parte do time titular, ou ao menos ser mais utilizado. Mas hoje, até pela circunstância, não fez absolutamente nada.
BARRY: 5,5
Sem a mínina vontade na marcação. O drible que ele levou do Iarmolenko no lance do primeiro gol retrata muito bem sua exibição.
BARKLEY: 7,0
Fez boa partida, mas quando não é pra bola entrar, não adianta. Parou na trave em duas oportunidades.
NAISMITH: 6,0
Muito abaixo do esperado. Nos seus melhores dias, talvez o Everton tivesse maior eficiência no ataque.
KONÉ: 5,5
Teve quase trinta minutos para tentar mostrar seu futebol e não fez rigorosamente nada.
ATSU: 6,0
Teve a grande responsabilidade de substituir Mirallas, mas errou muitas jogadas ofensivas.
OSMAN: 6,5
Deu o sangue nos momentos que esteve em campo. Talvez devesse ter sido titular.
LUKAKU: 7,5
Destoou positivamente da equipe hoje. Como de costume na Europa League, buscou várias vezes o gol, e fez o que podia no ataque.
Média da equipe: 6,10
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