Com a Copa já perto do fim, decidi que essa era a melhor hora para (re)escrever esse texto. Como não houve um balanço da temporada 2013/14, considere esta junção de palavras uma espécie de ligação entre esse balanço perdido e minhas visões sobre a temporada 2014/15.
Bem, a Champions League não veio, não ganhamos nada, etc. Já
sabemos disso. Mas rolou algo mais importante. Foi a primeira vez em muitos
anos que o clube esteve em alta, em evidência, incomodando os rivais. A
autoestima do Evertoniano nunca esteve tão boa; o momento foi tão bom que até
quando jogávamos mal, o time vencia bem – o que sempre acontecia era o
contrário: time jogando bem, mas perdendo. Isso não é culpa de treinador X ou
jogador Y: já era algo impregnado no Everton.
Também é notória a menor ênfase em momentos deslocados de
alegria, para “preencher” o vazio que existia. Sem precisar lembrar tanto do gol do
Gosling contra o Liverpool ou do Rodwell contra o Manchester United. É claro
que continuamos respeitando aqueles que mais honraram a camisa azul nos últimos
anos – mais ou menos, né, Arteta? O fato é que agora temos outra ótica: em vez
de, nostalgicamente, focarmos em um passado extremamente recente com alegrias
menores, estamos voltando nossas atenções ao que vem no futuro, à possibilidade de vivermos grandes momentos.
Talvez seja por isso que, aos poucos, estamos perdendo o
medo de enfrentar os adversários mais fortes, mesmo que isso custe qualquer
ponto. A Double contra o Man United, as atuações perfeitas contra o Arsenal
(exceto o jogo na FA Cup), a postura nos dois jogos contra o Chelsea e até
mesmo os reveses contra Liverpool e City indicaram que o Everton não é mais um
time encolhido. Ainda precisamos parar de tropeçar contra times mais fracos,
tropeços esses que impediram a classificação para a Champions League. Mas ando
tão otimista que tenho certeza que o time irá trabalhar nisso.
Se eu pudesse sugerir algo para Martinez e Bill, a respeito
da próxima temporada, é uma maior presença latina no clube. Falta ainda uma
marra ao clube. O Everton é muito britânico, tão britânico a ponto de
não ter um ídolo latino ou até mesmo africano em sua história. Nesses tempos de
globalização maciça, falta essa maior expansão no mercado. O clube já tentou –
Yakubu, Anichebe, Arteta -, mas ainda não deu certo. Falo dessa “latinização”
do Everton justamente por ter surtido grande efeito com a chegada de Roberto
Martinez e o ótimo período vivido por Oviedo.
Falando nisso, Martinez se tornou o grande destaque dos Toffees na última temporada.
Ele não é um Midas, longe disso, ainda não podemos dizer que é um gênio, mas seu
carisma mudou o panorama do clube em muito pouco tempo. Muito disso deve-se,
não só à sincronia de Martinez com as novas tendências do futebol mundial, mas
também à crença de que a base montada por Moyes poderia ir ainda mais longe,
contando também com nomes pontuais. Nomes esses que chegaram após muita
esperteza por parte da diretoria: deixem os outros reclamarem dos empréstimos
de um veterano outrora desacreditado Barry (que já é nosso em definitivo), do quase “world class” Lukaku, e do
promissor (porém fominha) Deulofeu. O mérito é nosso. McCarthy veio caro, mas é
fundamental nesse novo Everton. Vimos o “desabrochar” de Barkley e a introdução
de Stones, a evolução de Coleman e a ressurreição de Naismith – que hoje é o
12º jogador do time (quem diria, hein). As vitórias eclipsaram os (poucos)
momentos ruins da temporada. Lembrando: estabelecemos um novo recorde de pontos
do Everton na Premier League (72), um novo recorde de vitórias do clube na
competição (21 – maior número de vitórias desde 1986/87), e só não chegamos mais
longe devido ao altíssimo nível da concorrência, que ficará ainda maior na
próxima temporada.
E é esse o objetivo do Everton a partir de agora. Melhorar
ainda mais, incomodar ainda mais. Acima
de tudo: mostrar que o azul royal está mais vivo do que nunca! Que venha
Agosto!
Bom texto amigo!
ResponderExcluirBela matéria, Luan!
ResponderExcluirGO TOFFEES!