sexta-feira, 11 de julho de 2014

Por uma temporada ainda mais empolgante


Com a Copa já perto do fim, decidi que essa era a melhor hora para (re)escrever esse texto. Como não houve um balanço da temporada 2013/14, considere esta junção de palavras uma espécie de ligação entre esse balanço perdido e minhas visões sobre a temporada 2014/15.

Bem, a Champions League não veio, não ganhamos nada, etc. Já sabemos disso. Mas rolou algo mais importante. Foi a primeira vez em muitos anos que o clube esteve em alta, em evidência, incomodando os rivais. A autoestima do Evertoniano nunca esteve tão boa; o momento foi tão bom que até quando jogávamos mal, o time vencia bem – o que sempre acontecia era o contrário: time jogando bem, mas perdendo. Isso não é culpa de treinador X ou jogador Y: já era algo impregnado no Everton.


Também é notória a menor ênfase em momentos deslocados de alegria, para “preencher” o vazio que existia. Sem precisar lembrar tanto do gol do Gosling contra o Liverpool ou do Rodwell contra o Manchester United. É claro que continuamos respeitando aqueles que mais honraram a camisa azul nos últimos anos – mais ou menos, né, Arteta? O fato é que agora temos outra ótica: em vez de, nostalgicamente, focarmos em um passado extremamente recente com alegrias menores, estamos voltando nossas atenções ao que vem no futuro, à possibilidade de vivermos grandes momentos.

Talvez seja por isso que, aos poucos, estamos perdendo o medo de enfrentar os adversários mais fortes, mesmo que isso custe qualquer ponto. A Double contra o Man United, as atuações perfeitas contra o Arsenal (exceto o jogo na FA Cup), a postura nos dois jogos contra o Chelsea e até mesmo os reveses contra Liverpool e City indicaram que o Everton não é mais um time encolhido. Ainda precisamos parar de tropeçar contra times mais fracos, tropeços esses que impediram a classificação para a Champions League. Mas ando tão otimista que tenho certeza que o time irá trabalhar nisso.

Se eu pudesse sugerir algo para Martinez e Bill, a respeito da próxima temporada, é uma maior presença latina no clube. Falta ainda uma marra ao clube. O Everton é muito britânico, tão britânico a ponto de não ter um ídolo latino ou até mesmo africano em sua história. Nesses tempos de globalização maciça, falta essa maior expansão no mercado. O clube já tentou – Yakubu, Anichebe, Arteta -, mas ainda não deu certo. Falo dessa “latinização” do Everton justamente por ter surtido grande efeito com a chegada de Roberto Martinez e o ótimo período vivido por Oviedo.


Falando nisso, Martinez se tornou o grande destaque dos Toffees na última temporada. Ele não é um Midas, longe disso, ainda não podemos dizer que é um gênio, mas seu carisma mudou o panorama do clube em muito pouco tempo. Muito disso deve-se, não só à sincronia de Martinez com as novas tendências do futebol mundial, mas também à crença de que a base montada por Moyes poderia ir ainda mais longe, contando também com nomes pontuais. Nomes esses que chegaram após muita esperteza por parte da diretoria: deixem os outros reclamarem dos empréstimos de um veterano outrora desacreditado Barry (que já é nosso em definitivo), do quase “world class” Lukaku, e do promissor (porém fominha) Deulofeu. O mérito é nosso. McCarthy veio caro, mas é fundamental nesse novo Everton. Vimos o “desabrochar” de Barkley e a introdução de Stones, a evolução de Coleman e a ressurreição de Naismith – que hoje é o 12º jogador do time (quem diria, hein). As vitórias eclipsaram os (poucos) momentos ruins da temporada. Lembrando: estabelecemos um novo recorde de pontos do Everton na Premier League (72), um novo recorde de vitórias do clube na competição (21 – maior número de vitórias desde 1986/87), e só não chegamos mais longe devido ao altíssimo nível da concorrência, que ficará ainda maior na próxima temporada.

E é esse o objetivo do Everton a partir de agora. Melhorar ainda mais, incomodar ainda mais. Acima de tudo: mostrar que o azul royal está mais vivo do que nunca! Que venha Agosto!


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