O Retrato do Ano

  O ano de 2012 terminou para o Everton como uma grande lição que o time teima em não aprender. A alternância entre "um futebol do tamanho do Everton" e "futebol? O que é isso?" foi preocupante. Mesmo assim, temos tudo para viver um 2013 brilhante.

  Falando um pouco sobre o jogo contra o Chelsea, ficou o desgosto de ter visto mais uma injusta derrota dos Blues. Por mais que o time de Stamford Bridge tivesse jogado bem no segundo tempo, a vitória deles não simbolizou de fato o que foi o jogo. Se bem que... desculpem-me, simbolizou sim. Porque quando o Chelsea chegou, cumpriu seu papel direitinho, sendo mortal para a defesa dos Toffees. E é isso que tá faltando para nós: objetividade, crueldade. Parar com certos surtos, com essa mania de apequenar. No bom, velho e sujo português: AQUI É EVERTON, PORRA! É óbvio que, com o orçamento do clube, não dá para contratar grandes nomes do futebol mundial mas é bom dar crédito a visão de Moyes em relação às contratações (falando nisso, em breve postarei uma matéria sobre os "alvos" dos Blues nesta janela de Janeiro, fiquem ligados!). O Everton precisa urgentemente de novos jogadores para se manter vivo nessa briga pelo G4 e, quem sabe, brigar pela FA Cup; um título é vital para coroar esse bom momento.

  Falando assim, parece que o ano foi ruim mas é claro que não. Pela primeira vez, consegui acompanhar desde o início uma temporada do Everton. E estou tendo a sorte de ver o terceiro grande time da Era Moyes, pelo qual torço que seja o mais bem-sucedido dos três até então. Neste último post do ano, queria destacar 6 grandes "momentos" e uma menção honrosa:

1 - A CONTRATAÇÃO DE DARRON GIBSON
  Simplesmente incrível como um jogador tão bom conseguiu ser contratado por um valor tão barato. Por 500 mil libras, Moyes conseguiu achar um homem que, por mais que não apareça tanto, consegue organizar e comandar o sistema tático da equipe, ligando a defesa ao meio-campo, além de apoiar no ataque. A presença de Gibson é tão impressionante que o Everton joga demasiadamente fragilizado em sua ausência. Sem contar que Gibbo ainda não perdeu uma partida como jogador dos Blues!

2 - O RETORNO DE PIENAAR E A CHEGADA DE JELAVIC

  Pienaar, no início do ano, veio por empréstimo junto ao Tottenham, cercado de desconfiança devido a sua saída do Everton, em 2011. Jelavic era para muitos uma incógnita contratada por 5 milhões de libras junto ao Glasgow Rangers em grave crise. Eis que tudo se inverteu: Pienaar fez performances arrasadoras, deu ao Everton a criatividade que faltava após a saída do próprio e de Arteta; sua contratação em definitivo na janela de transferências de Julho era mais do que essencial. Já Jelavic, nem precisamos comentar: quem não se arrepia com os "one-touch goals" do croata? Ele chegou em Janeiro de 2012 e acabou sendo o artilheiro da equipe na temporada 2011-2012, com 11 gols em 16 jogos, sendo que só começou a atuar como titular em Março! Hoje o atacante atravessa uma má fase cujo término é esperado ansiosamente.

3 - O GOL DE HIBBERT

  O futebol e seus folclores. Certamente Tony Hibbert é um jogador folclórico. Subestimado por não ser um jogador técnico, Tony, até o dia 8 de Agosto de 2012, nunca havia marcado um gol como profissional - exceto aquele gol contra pro Newcastle. Eis que o Everton faz uma cerimônia em homenagem aos serviços prestados por esse bom lateral ao clube, uma oportunidade perfeita para que Hibbo marcasse e a torcida causasse (como era dito o lema "Hibbo scores, we riot"). Então, em uma cobrança de falta, Hibbert chuta forte, o goleiro não consegue tirar a bola e ela entra. Goodison vai a delírio; como a torcida havia prometido, muitos invadiram o campo para comemorar, mesmo sendo somente um amistoso contra o AEK. São momentos como esse que tornam o futebol tão apaixonante. É um dia marcado na história de todos os evertonianos do mundo.

4 - A SAÍDA DE CAHILL

  Representou o fim de uma era. Como escrevi em meu primeiro texto para o blog, Cahill era o remanescente - ao lado de Osman e Hibbert - do principal feito do clube na última década (o 4º lugar na temporada 2004/2005). Era também a grande estrela do time, admirado e respeitado por muitos que acompanham a EPL. Timmy já não era o mesmo, sua última temporada pelos Blues foi talvez a pior de sua carreira. Mas não importa: seu nome já está escrito na história do clube e na memória dos torcedores. As bandeirinhas agradecem por tudo, mesmo depois de tantos socos.

5 - A ASCENSÃO DE FELLAINI

  Fellaini é um caso engraçado. É um jogador que melhora a cada temporada. Ainda com um jeitão desengonçado, o belga tem sido a principal arma ofensiva do Everton e grande estrela do time nesta temporada, marcando 8 gols em 15 jogos. Obviamente, a cabeçada em Shawcross e a consequente suspensão de 3 jogos merecem ser esquecidas. Fellaini tem dado show nesta EPL e é preciso torcer para que ele não seja vendido já em Janeiro.

6 - LEIGHTON BAINES

  Sabem quando o cara é craque? Quando ele tem realmente "o dom"? Esse é Leighton Baines; na minha opinião, o melhor do mundo na lateral-esquerda, hoje. Baines tem uma consistência e regularidade incrível; só não é mais completo porque não é tão forte defensivamente. Leighton é o jogador mais criativo de toda a Europa, com 67 chances criadas em 20 jogos, o que é impressionante pois trata-se de um lateral. Mais um que não pode sair do Everton agora!

Menção honrosa: Leon Osman

  Acho que estaria sendo muito injusto se não falasse algo sobre Ossie. Um jogador pouco valorizado, Osman parece ter finalmente encontrado sua posição ideal: ao lado de Gibson, Leon vem se destacando cada vez mais como meia-central, puxando a saída de bola e muitas vezes pressionando no ataque. Osman sempre foi considerado um "coringa" do time, é um jogador bastante versátil. Neste ano, ele também foi convocado pela primeira vez para a seleção inglesa; do jeito que está, será convocado mais e mais vezes!

  Pessoal, agora só posso desejar a todos um Feliz Ano Novo e muitas felicidades. Espero uma felicidade iminente, na próxima quarta-feira, contra o Newcastle. Up the Toffees!

COYB