terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Na dúvida, bola para o grandão

Por Ubiratan Leal, Trivela.com

Uma das melhores partidas do Everton na atual temporada foi contra o Manchester United. Os Toffees perdiam por 1 a 0 e acuavam o atual bicampeão inglês. No abafa, o time azul jogava várias bolas na área. Uma delas encontrou a cabeça de Fellaini, que desviou para o gol de Van der Sar.

O belga de origem marroquina Marouane Fellaini é um volante de talento, que marca com bastante determinação. Pela juventude, é um pouco estabanado e toma muito cartão amarelo desnecessário. Mas sua principal característica é ter 1,94 m e excelente impulsão. Isso fez que ele se tornasse em uma solução fácil para os evertonians. Ele avança sem pudor para a área, sabendo que será o alvo prioritário de quem quer que cruze. Tem dado certo, tanto que já marcou três gols nesta temporada.

Esse lado negativo ficou evidente na derrota para o Aston Villa no último domingo. O Everton saiu perdendo logo no primeiro lance do jogo. Arteta falhou na marcação de Sidwell, que chutou de fora da área e abriu o marcador com 35 segundos de jogo.

Jogando em casa, o time de Liverpool passou a pressionar pelo empate. Conseguiu. Tomou o segundo gol quando era melhor, no início do segundo tempo. Conseguiu empatar de novo, aos 47 minutos do segundo tempo. E perdeu com um gol no minuto seguinte.

Ainda que o Everton tenha, de fato, tido sucesso na busca pelo empate em duas oportunidades, ficou evidente como a equipe já se condiciona a jogar de acordo com Fellaini. A única opção ofensiva era cruzar para o volante. O momento mais caricato disso foi quando Phil Neville arremessou um lateral para o belga, que estava espremido por marcadores na linha de fundo e nada poderia fazer naquele instante.

Enquanto isso, o time perdeu tempo demais. A jogada estava marcada, a ponto de o zagueiro dinamarquês Laursen (ex-Verona e Milan) ter sido um dos melhores em campo justamente porque ficou plantado atrás tirando de cabeça todas as bolas aéreas que apareciam. E não foram poucas.

Enquanto isso, os Toffees perderam a oportunidade de variar jogadas. Arteta não é um gênio, mas pode dar um pouco de criatividade e fazer que a bola fique um pouco mais próxima do gramado. Até porque o time ainda pode contar com os apoios de Osman e Neville pelas laterais, abrindo o jogo e dando opções ofensivas.

Quando o jogo se mostra tranqüilo, o Everton usa um pouco mais as armas que têm à disposição. No momento de necessidade, faz justamente o que não deve: se concentra demais em um caminho, que fica óbvio e marcável, facilitando o trabalho do adversário. Mais ou menos como um time de vôlei que levanta todas as bolas para o ponta, para deleite do bloqueio oponente.

O Everton tem uma boa equipe, mas essa falta de opções para reverter os maus resultados minam a campanha do time. Ainda mais em jogos-chave, como o duelo em casa contra o Aston Villa, concorrente direto ao posto de “melhor time fora dos quatro grandes”.

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